Edição 6, novos olhares

“Edição para saber da força de estar em comunidade”

Para 1a edição, as reuniões mensais de editoria nos impulsionaram a olhar para a juventude, a adolescência, sim dado os ataques às escolas em crescente preocupação ao longo do 1o semestre de 2023, mas também a subjetividade de tal: onde está nossa força de reinventarmo-nos?!

Para esta edição, Amanda Pinho, psicóloga junguiano e bodytalker, parte da “máxima “O eu não é senhor da própria casa” proferida por Freud para nos falar sobre a adolescência a partir da Psicologia Analítica de C. G. Jung. Ainda com cenário difícil dos tempos atuais, que inclui as redes sociais, a autora nos diz que “a psicologia nos ensina que quem se protege contra o que é novo e regride ao passado está na mesma situação neurótica daquele que se identifica com o novo e foge do passado” e o quão isso é fundamental para trazer uma nova reflexão sobre a consciência de si mesmo, do mundo que nos cerca e então dos grupos dos quais fazemos parte na juventude. O senso de coletividade como fundante dessa fase da vida. Amanda convida que não desistamos do adolescente e da paisagem emocional que o constituiu que mora em cada um de nós.

Maria Fontes, antropóloga e bodytalker, inicia seu texto nos (re!)lembrando: “somos os “moradores” do nosso tempo”, fala mesmo dessa paisagem social e pinta esse cenário de que muitos de nós, pais, mães, professores, terapeutas estamos assistindo: muitas crianças adolesceram no cenário pós pandêmico. E vai nos mostrar como isso se manifesta no consultório. Traz aspectos da Psicologia Comunitária para reforçar como é importante  o fortalecimento do sentimento de comunidade e como isso está para a adolescência.

Nirvana Marinho, tão entusiasta de saraus, mãe de “xovens” e encantada com a potência deles, também traz um texto que alarde questões atuais mas também renova-se em conceitos (Agamben, Didi-Huberman – sim sim, historiador de arte para falar de jovens e suas imagens e depois, mais nos tempos de um novo letramento, Pavón-Cuéllar, sobre subjetividade índigena). Conceitos de ser comum, de estar em comunidade, tônica marcante dessa edição, e porque se faz tão importante sermos jovens como Renato Russo, ousados como Rita Lee e cantarmos como Gal, talvez ídolos da juventude de alguns dos leitores. E sobre nossos filhos, a atual adolescência,  parece que precisamos mesmo imagens de transição do mundo (.. para) nos atentarmos de como elas podem nos compor & também nos inspirar a “descompor”, ou seja, desfragmentar nossas certezas e construir novas… utopias!

Boa leitura!

Nirvana Marinho

editora da Revista Escuta 2023

Sobre juventude e comunidade

edição 6 da nova Revista Escuta

Edição 6 Revista Escuta: Sobre juventude e comunidade

editoria colaborativa // autoras // rearranjo da nova edição: Amanda Pinho, Maria Fontes e Nirvana Marinho

colaborações pontuais: Verena Kacinskis, Melina Soares

revisão: Ana Corrêa Fontes
Graduada em Letras – Língua Portuguesa
Especialista em Revisão de Textos

textos // ensaios // colaborações:

“Adolescência na contemporaneidade: saúde mental e social”, Amanda Pinho

“Pertencer ou não pertencer, eis a questão!”, Maria Fontes

“Jovem, revolução do olhar”, Nirvana Marinho

publicado Lua cheia de 1 agosto 2023