Luciano Flehr
Minha trajetória no BodyTalk se iniciou por meio de uma ida minha a uma pessoa muito querida que faz meu mapa astral. Na época, eu havia acabado de me formar em medicina chinesa pelo Instituto de Acupuntura do Rio de Janeiro (IARJ) e pensava como me veria dali a dez anos, se eu teria corpo para aplicar a massoterapia nas pessoas. Comecei a pensar que precisava encontrar alguma técnica que me proporcionasse trabalhar sem me exigir tanto fisicamente quando eu estivesse mais velho.
Fui à leitura do mapa, e a astróloga me disse que eu deveria olhar com carinho para aquela técnica que era nova no Brasil, e me deu um folheto de uma palestra sobre o BodyTalk. Telefonei e informei meu nome para reservar o lugar. No dia da palestra, caiu um temporal no Rio de Janeiro, e eu não consegui ir. Confiando no que a astróloga havia me falado, resolvi me inscrever no curso. Logo de início, a pessoa que fazia a tradução simultânea dizia que o BodyTalk poderia ajudar a curar mazelas, questões físicas e emocionais. Pensei: “Joguei meu dinheiro fora, mas, já que estou aqui, vamos ver aonde isso vai”.
Na prática de uma técnica do Sistema BodyTalk, uma pessoa que eu nunca tinha visto na vida começou a chorar na maca pelo que eu estava falando, ao acessar a “sabedoria inata” dela. Chamei a instrutora, a dra. Janet Galipo, e ela me disse: “Se está chorando, é porque precisava sair. Está tudo ok”. Executei a técnica e, à medida que prosseguia, a pessoa ia relatando que tudo o que eu falava fazia todo o sentido e que as datas batiam com a história dela. Fiquei espantado e pensei que deveria olhar com mais carinho para a técnica. O que se seguiu foi uma grande paixão pelo Sistema BodyTalk.
Foi importante fazer essa introdução para compartilhar que o que aconteceu depois desse dia só me mostrou que fiz a escolha certa e isso me faz ser grato por esse dia e pelas palavras da minha astróloga.
A seguir, relato o que ocorreu em tratamentos surpreendentes e maravilhosos ao longo desses 16 anos de trabalho com o BodyTalk.
Uma senhora, mostrando-se muito agressiva, que volta e meia tinha crises de herpes me procurou. Fiz uma anamnese com ela, e começamos a sessão. Na época, eu só havia feito os modelos básicos. A sessão transcorreu, e relatei a essa senhora o que havia sido feito. Ela olhava para mim espantada. Havia situações da convivência dela com o pai, a falta, a revolta. Depois daquela sessão, quando retornou para a próxima, me disse que, naquele mês, não havia tido nenhuma crise de herpes, se sentia mais leve, mais feliz e que as crises haviam cessado.
Em outro atendimento, chegou uma senhora em cadeira de rodas. Na época, eu atendia em um consultório em que havia escadas para se chegar até a minha sala. Eu desci e fui atendê-la na parte de baixo. Ela relatou dores no corpo todo, sentia muitas dores. Realizei a sessão e, uma semana depois, ela me ligou dizendo que, no dia seguinte, as dores haviam parado e resolveu fazer pilates. No entanto, abusou nos exercícios, e as dores acabaram voltando. Em situações como essa, sempre recomendo que a pessoa com dores tenha calma e não exagere. O corpo precisa de tempo para se ajustar ao equilíbrio e, em muitos casos, há uma luta interna em querer manter um estado já conhecido, mesmo que seja o de desarmonia.
Em outra situação, atendi uma senhora por questões de equilíbrio, mas o que ela queria mesmo era levar o marido. Depois de umas duas sessões nela, o marido percebeu uma diferença em sua vitalidade e alegria, e ela conseguiu levá-lo.
Fiz a anamnese, como de praxe, e ele me falou sobre sua questão, uma depressão profunda. A frase que mais me marcou foi: “Eu tenho vontade de morrer todos os dias”. Muito impactante. Fiz a sessão, conversamos um pouco mais, e ele se foi. Voltou para uma segunda sessão, e eu perguntei como ele estava. Disse que ainda sentia vontade de morrer. Expliquei que cada corpo é um ser diferente, que cada pessoa responde de forma diferente ao trabalho, que ele tivesse paciência porque eu tinha certeza de que o trabalho o ajudaria. Na terceira sessão, perguntei: “E então, como ficou e está?”. Ele abriu um sorriso que iluminou a sala e, olhando nos meus olhos, disse: “Agora eu sinto vontade de viver!”. Foi tão marcante aquela cena que a carrego comigo até hoje.
Passado algum tempo, comecei a atender em Belo Horizonte por um certo período. Organizei o primeiro curso de BodyTalk na cidade em 2006. Mantive um consultório lá e me dividia a cada 15 dias entre Belo Horizonte e o Rio de Janeiro. Tenho dois casos interessantes dessa época na capital mineira.
O primeiro foi de um senhor que me procurou porque estava com diabetes. Sua taxa de glicose era entre 200 e 300 mg/dl. Fazia tratamento médico, mas a taxa sempre oscilava, e a glicose baixava até 150 mg/dl mais ou menos, não diminuía mais do que isso. Iniciamos o tratamento, e um dia, quando telefonei para confirmar a sessão, ele me disse: “Luciano, está confirmado, não sei o que você faz, não entendo, mas vamos continuar, porque, nesses últimos cinco anos, minha glicose nunca chegou em 99 como nesses dias”. Ele queria parar o tratamento médico, mas eu disse que não deveria fazê-lo, pois o acompanhamento do médico era importante. Depois que voltei para ficar em definitivo no Rio, soube que a taxa de glicose dele se mantinha entre 125 e 99 mg/dl. Para quem estava com uma taxa que atingia os 300, ele ficou muito bem.
Também em Belo Horizonte, atendi uma moça que sofria com enxaquecas absurdas, tinha crises que a deixavam inoperante por dias. Eu fazia as sessões nela, mas parecia que o trabalho não ia adiante, não conseguíamos obter nenhum resultado. Até que um dia ela chegou à sessão com uma crise muito forte. Durante o trabalho, tivemos de interromper algumas vezes para que ela vomitasse, tamanha era a náusea que a enxaqueca lhe provocava. No final da sessão, a dor estava em um nível de 40%. Ela foi para casa e, alguns dias depois, disse que a dor havia cessado e que, desde então, nunca mais havia tido aquelas crises. Um bom tempo depois, entrei em contato com ela e soube que continuava bem, sem crises, somente cefaleias comuns.
Outro atendimento bem interessante foi o de uma moça que me procurou porque tinha crises de pânico severas. Eu a atendi e, uns três dias depois, a terapeuta dela me telefonou perguntando o que eu havia feito com a moça. Disse que ela havia vivenciado um intenso tiroteio, dentro de um túnel e não tinha sofrido nenhuma crise de pânico diante do acontecimento. Expliquei à terapeuta o Sistema BodyTalk, e a terapeuta marcou uma sessão. Ficou tão impressionada que queria experimentar essa técnica.
Tenho muitas histórias, muitos relatos, muita gente se transformando com esse trabalho tão maravilhoso e encantador que é o Sistema BodyTalk.
Tudo o que relatei aqui foi para incentivar as pessoas que estão começando no BodyTalk a ir adiante. Nem sempre as respostas serão rápidas, mas uma coisa que sempre digo a cada cliente que atendo é: “Não posso afirmar nada, mas o que eu afirmo é que, a partir do momento em que você recebe uma sessão de BodyTalk, ela está atuando no seu corpo-mente, quer você perceba, quer não”.
Espero que esses relatos ajudem as pessoas a ter uma visão mais clara sobre o que é o BodyTalk no dia a dia de atendimento. Tanto para o cliente quanto para o terapeuta. Afinal, considerando o pensamento sistêmico, estamos todos interconectados.
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(link atualizado em maio 2021)